Não vou mais mentir, contudo, eu não estou mentindo pra mim mesmo fazendo uma promessa irreversível que eu sei que não posso cumprir em tão longo prazo que corresponda ao fim de minha vida terrestre?
Acho que não, talvez se eu me isolar da civilização, for pro auto de uma montanha isolada, ter uma vida nômade, longe de seres humanos, eu consiga cumprir minha promessa, entretanto, vale a pena renunciar a tudo que tenho em razão de um objetivo de plástico? E ainda mais: como eu mentiria se estivesse só? Mas é essa a razão do meu afastamento. Se eu fizesse isso, porém, invalidaria minha promessa por não ter risco de descumpri-la.
Claro que não, eu posso mentir pra mim mesmo, como eu formulei no início dessa linha de pensamento, no entanto, se eu mentir pra mim mesmo posso mentir novamente para alguém dizendo que eu não menti, tendo sucesso em minha experiência.
Sucesso?
Falso.
Tenho consciência o suficiente para admitir que não conseguiria fazer isto e ficar em paz com meu cerne, então o que eu poderia fazer é testar ao máximo a partir de agora. E o que representaria a quebra da promessa que eu fiz? Acho que a minha cabeça cometendo um auto-massacre, “seu fraco”, “inútil”, “não consegue sequer domar os próprios devaneios”, e acusações do tipo. Entraria num funil de auto-crítica e auto-piedade, é.
Até o momento eu estou sendo forte, o tempo todo eu não consegui desfazer o que eu disse por estar enjaulado no meus próprios confins, por isso eu me prometi, sabia que meu inconsciente faria com que eu fabricasse uma maneira de satisfazer-me sem que eu percebesse previamente.
Todavia eu já havia vivido esta situação antes, o que me faz pensar que eu estivesse em um quarto plano, afinal de contas, o que eu queria fazer quando eu pensasse que pensaria pensar algo que faria?
Não gosto de rimas acidentais.
Ahn, onde eu estava mesmo?
Ah, dormindo, é isso.
– Vira pro lado, ajeita o travesseiro e fim de insônia. –